Clássicos Fora de Série Nacionais - Parte I
Grandes Brasileiros: Adamo
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O Protótipo do Adamo GT foi apresentado no VI Salão do Automóvel, em novembro de 1968, no stand da Petrobrás |
Durante
décadas, o sonho proibido de ter um importado embalou a indústria nacional dos
fora-de-série. Eram feitos por pequenas empresas, cada uma com o objetivo de
produzir seu modelo como se fosse único, ainda que a intenção fosse em parte
freada pela escassez de componentes. A mecânica, em geral, era a do VW a ar. O
esforço para se diferenciar nas formas produziu interessantes resultados, e o
Adamo é um bom exemplo. Com linhas arrojadas e características dignas de um
verdadeiro esportivo, o Adamo se sobressaía no quesito em que menos se esperava
dele: o consumo. A marca, que tinha como símbolo um cavalo-marinho, expôs o
primeiro protótipo no Salão do Automóvel de 1968. Em 1970, Milton Adamo,
criador da empresa, apresentou o modelo GT. Por ser montado sobre a plataforma
Volkswagen, conservava comportamento de Fusca 1300. A maior diferença era
creditada ao desenho ousado da carroceria de fibra de vidro. O resultado foi
uma mistura de bugue com roadster, já que não possuía portas ou teto rígido.
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Primeiro Adamo fabricado em série, era vendido montado ou sob forma de kit e foram produzidas cerce de 170 unidades até 1975. |
No IX Salão do Automóvel, realizado em 1974, Adamo lançou seu primeiro GT "verdadeiro" o GT
II, além do novo visual, usa o novo motor 1500 da VW. As linhas da carroceria o credenciavam como concorrente do Puma e SP2. Haviam duas versões, grã turismo e targa, ambas com dois lugares, quatro faróis embutidos na dianteira, sem cobertura plástica e quatro lanternas na traseira truncada,sendo que a unidade apresentada no Salão eram do Ford Corcel, os freios dianteiros eram a disco.Na traseira, o carro fazia os brasileiros sonharem com a Ferrari Dino, impressão reforçada pela pequena inclinação do estreito parabrisa traseiro, que não seguia a linha da carroceria. Os bancos anatômicos agora só acomodavam duas pessoas. O
espaço traseiro ficava reservado para ser um complemento do pequeno
porta-malas. Ainda na fase do GT-2 começaram as negociações entre Milton Adamo
e a Volkswagen para o carro receber o motor do Fusca 1600.Seu desempenho, no entanto, era discreto – levemente melhor do que o do Fusca 1500, do qual derivava. Em 1979, foi lançado o modelo GTL, que veio a ser
concorrente do Dardo e do Puma GTE
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Adamo GTL |
A
carroceria era fechada, inspirada na Ferrari 308 GT. Na dianteira, o GTL vinha
com faróis escamoteáveis, e na traseira, lanternas de Alfa Romeo 2300 Ti. O
painel tinha formato semi-elíptico, voltado para o motorista. Alguns
instrumentos essenciais para um piloto, como conta-giros e manômetro de óleo,
ficam à esquerda, bem na linha de visão que o piloto tem da pista. Os
interruptores vieram do Fiat 147.
Diante
das belas formas, a performance decepcionava. Mesmo com o motor 1.6, com
carburação dupla e escapamento de Puma, os parcos 70 cv não empolgavam. Com o
desempenho modesto, os freios, com discos na frente e tambor atrás, ficaram superdimensionados.Depois
do GTL, o 1.6 a ar permaneceu nas versões GTM e no C2, ambas conversíveis. O modelo mantém as características dos Adamo anteriores - carroceria de fibra
sobre chassi VW.
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Adamo GTM 1984 |
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Adamo C2 |
Ao
volante do Adamo, em plena aceleração, ouve-se o característico ruído metálico
do motor 1600 de carburação dupla. O conversível ainda possui a capota de vinil
original com maçanetas de Alfa Romeo.
No fim dos anos 80, a Adamo lançou o CRX
com motor 1.8 refrigerado a água. A despedida do modelo se deu com o AC 2000,
com o 2.0 da VW. Uma evolução, sem dúvida, mas ainda aquém do que se esperava
de um carro com tamanho apelo visual.
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Adamo AC 2000 foi apresentado no XV Salão do Automóvel, em 1988 |
Os diversos modelos da Adamo continuaram sendo produzidos em pequenas quantidades, sob encomenda, até 1990, quando o segmento dos fora-de-série sofreu seu golpe de morte, na figura de Fernando Collor de Mello e sua política de desregulamentação da economia e abertura radical das importações. A concorrência dos carros estrangeiros em poucos meses acabou com todo um segmento industrial brasileiro. Dezenas de pequenos fabricantes faliram; pouquíssimos resistiram – e dessa vez a crise foi fatal também para a Adamo. Exemplo de persistência e coerência, Milton Adamo estima ter produzido cerca de 1.700 automóveis nos vinte anos em que atuou no mercado de automóveis esportivos.
Aguardem o próximo post, até lá.
A concessionária Powglass na Avenida Sumaré 79 era do meu irmão Alfredo(fefeu) junto com nosso amigo Carlos Formigoni(falecido há pouco).....eu moro em Campo Grande MS há muito tempo...era muito legal quando ia passear em SP e ia na loja do meu irmão e via os grandes fora de serie nacionais e alguns importados também...um dia meu pai trouxe de surpresa pra nos em MS no ano de 1989 um Adamo GTM branco 1983 era zero!...imagina a felicidade de um jovem de 13 anos...depois que usamos por um bom tempo(ainda que sem rodar muito) ac tive que vender(me arrependo muito por ter sido do meu falecido pai)..claro o tempo passou e DEUS proveu outros carros na minha vida.. pessoa que comprou pintou de laranja e está parado na garagem dele com duas pumas...curto muito ainda esse segmento automotivo e outros também, fico muito feliz ao saber que muitos dão valor a nossa história dessa época maravilhosa!Que DEUS abençoe a todos!fiquem na paz! contato para amizade com entusiastas alumarcondesms@gmail.com! Muito obrigado pela oportunidade de escrever este livro!kkk Abraço a todos! Parabéns ao realizador do post!
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